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Não me identifico mais com este. Tenho algumas hipóteses na cabeça, sendo elas:
Eu tenho um favorito, mas não vou dizer qual, para não vos influenciar.
Sim, digam-me qual preferem, na vossa opinião. Apesar de ter um favorito, gostava de saber o pensam desse lado. O conteúdo continuará a ser o mesmo, mas preciso de outro nome! Digam de vossa justiça, preenchendo o formulário abaixo, por favor
Desde miúda que sempre tive diários. Sempre escrevi sobre mim, sobre o que me rodeia, as coisas que faço, que sinto, poemas, ideias para histórias... Desde que aprendi a escrever que a escrita me proporciona, não só, uma forma de expressão como também uma maneira de ventilar, um outlet para o que quer que seja que eu esteja a sentir.
Com a vida académica, parei de escrever com esse propósito. A poesia continuou, houve apontamentos poéticos aqui e ali, mas esta escrita confessional e do deixar fluir raramente acontecia. Talvez porque fazia parte do meu trabalho escrever de uma maneira mais formatada, académica, para a tese, para os artigos e conferências que apresentei, e por isso a parte mais criativa ficou um pouco adormecida.
Mas já por algumas vezes quis voltar a isso, mas conforme olhava para o papel ficava bloqueada: "Mas que raio vou eu escrever? Será que vale a pena? Não vale. Vou ficar quieta, sei lá o que tenho para dizer..." Ultimamente, essa vontade de voltar a escrever assim voltou e procurei várias formas de tentar recomeçar. A que encontrei e que me fez maior sentido foi esta ideia das Morning Pages. O que é isto?
O conceito das Monrning Pages foi criado pela autora Julia Cameron e, inicialmente, destinava-se a ajudar artistas a quebrar bloqueios artísticos. Fora do âmbito artístico, pode trazer uma maior clareza mental, diminuir a ansiedade, ajudar a perceber de onde vêm certos pensamentos, problemas, ou outras questões das nossas vidas, mas também a termos um maior contacto com a nossa criatividade, esteja ela relacionada com a escrita ou não. Também ajudam a limpar a nossa cabeça, a que tenhamos mais e melhores ideias e, no fundo, também pode acabar por ser um processo mais terapêutico.
Só existem 3 regras:
Eu tenho feito e tem resultado. Tenho gostado, é terapêutico, posso falar mal de tudo e de todos, de ser verdadeira, de dizer parvoíces, de confiar os meus maiores medos e inseguranças. Tudo. Experimentem! Comprem um caderno daqueles que gostam, uma caneta que faça a vossa escrita ser fluida e confortável e comecem.
Por fim, deixo-vos aqui algumas pessoas que falam das suas experiências com estas Morning Pages e dos benefícios que podem trazer.
These 3 pages might be your key to a clearer mind, better ideas and less anxiety
Morning Pages é a coisa mais legal que você vai fazer hoje
Ao tentar encontrar um sentido para as nossas emoções, para a nossa dor, para o nosso estado de alma, recorremos a outros. À poesia, à música, à arte, aos filmes. A outros que passam ou passaram por coisas semelhantes. Precisamos dessa ligação para nos sentirmos validados, para nos sentirmos ligados, para podermos dialogar (ainda que internamente) com esses artistas que cantaram, escreveram, expressaram aquilo que sentimos e que ninguém sabe.
Este segundo confinamento tem sido infinitamente mais difícil que o primeiro. Faltam-me outlets.
Ultimamente tenho investigado mais sobre a vida de Chester Bennington. Chester era o vocalista dos Linkin Park, banda da minha adolescência e cujo primeiro álbum, "Hybrid Theory", me marcou particularmente, ou não tivesse eu 15 anos quando ele saiu - auge da adolescência, de todas as dúvidas, incertezas, rebeldias e incompreensão. Este ano, em Julho, vai fazer 4 anos que Chester se suicidou. Durante toda a vida lutou contra a dependência de drogas e álcool, lidava com vários traumas, desde o divórcio dos pais, até ao bullying na escola e abusos sexuais na infância e adolescência. Chester sofria de depressão, passou por várias reabilitações, e as letras das músicas dos Linkin Park expressavam bem toda a sua turbulência interior. Ainda que não tenha acompanhado o resto da carreira musical dos Linkin Park, foram uma banda importante para mim no início. Chester falou abertamente, várias vezes, sobre as suas vivências com a depressão e podem encontrar alguns trechos aqui e aqui. E são descrições que ainda hoje me tocam e cuja verdade ressoa dentro de mim.
Isto tudo para dizer que não sei o que procuro. Respostas para os meus dilemas? Identificação com a minha dor? Uma tentativa de me rever noutra pessoa que se expôs através da música? De estabelecer um diálogo com alguém que esteve no mesmo lugar em que eu já estive tantas vezes e tantas vezes duvidei se valia a pena continuar? Será solidão? Será cansaço? Será encontrar conforto nas palavras de outros quando as minhas me falham?
Não sei. Não tenho respostas. Só tenho questões e uma vontade de me enfiar num buraco até que tudo isto passe. De não fazer nada e de ser obrigada a mexer-me. De ser ouvida, mas de não querer falar.
E assim vamos. Desconfinando para o mundo, com os nossos monstros confinados dentro de nós. Para sempre.
Não ter que tomar banho, porque os alunos não conseguem ver se o teu cabelo está limpo, cheiroso, brilhante, ou se está oleoso e colado à cabeça. Ah, a maravilha do cabelo apanhado!
Ter só de colocar uma camisola decente para aparecer bem no zoom, mas poder estar com o resto do pijama vestido enquanto dou aula.
Always look on the bright side of life...