D.M.
Eu não sou muito dada a comédias românticas porque facilmente caem em vários clichés e não há paciência para tanta coisa que é tratada de forma superficial. Mas há algumas que escapam e eu até gosto, e que têm o seu lugar no meu coração, como O Amor Não Tira Férias, O Amor Acontece (de visualização obrigatória na altura do natal), A minha namorada tem amnésia (porque Adam Sandler e Drew Barrymore são tudo) e este filme de que vos quero falar: How to be Single (2016), com Dakota Johnson, Rebel Wilson, Alison Brie e Leslie Mann.
![MV5BNzI4MDMwMzUwNF5BMl5BanBnXkFtZTgwMDgyNzkyNzE@._ MV5BNzI4MDMwMzUwNF5BMl5BanBnXkFtZTgwMDgyNzkyNzE@._]()
A premissa principal deste filme é a solteirice. Alice (Dakota Johnson) é uma rapariga que acaba de ficar solteira e que tenta aproveitar esse facto ao máximo, recorrendo à amiga Robin (Rebel Wilson), e à cidade de Nova Iorque que se abre com imenso potencial para festejar esse facto, para onde Alice se muda. Este é um filme leve que aborda questões sobre os relacionamentos, de amizade e amorosos, mas também o relacionamento que temos connosco. De nós para nós. Não é um filme inovador, não rompe barreiras nem nada do género, mas hoje revi-o porque estava a dar na televisão, e relembrei-me porque gosto tanto dele.
Para já, tem a Rebel Wilson cujo humor espalhafatoso eu adoro. Depois, Dakota Johnson interpreta uma personagem que anda às voltas com o facto de ser solteira, sobre o que isso significa e que liberdades é que lhe são conferidas para seu usufruto. Há detalhes neste filme que eu adoro e que dizem tanto sobre ser solteira e viver sozinha, como aquele canto à janela ou nas escadas de incêndio do prédio onde Alice lê, durante a tarde, e observa as pessoas que passam na rua; quando ela concebe um mecanismo que a ajuda a abrir o fecho dos vestidos sozinha; quando caminha por Nova Iorque sozinha e descalça, ao raiar do sol. São todos estes momentos e outros tantos que me fizeram gostar do filme, porque mostra como podemos desfrutar da nossa própria companhia e que ser solteira não significa estarmos infelizes e miseráveis a comer gelado directamente da embalagem e a chorar (embora todas tenhamos os nossos momentos de Bridget Jones!).
Enquanto não soubermos desfrutar da nossa própria companhia e de fazermos coisas sozinhas por nós próprias, não saberemos, de facto, estar com outra pessoa. E é Alice que, já no fim do filme, diz das coisas mais verdadeiras sobre o facto de estarmos solteiras(os) e porque devemos desfrutar desses momentos, em vez de estarmos obcecadas com o ter um relacionamento amoroso:
I’ve been thinking that the time we have to be single, is really the time we have to get good at being alone. But how good at being alone do we really want to be? Isn’t there a danger that you’ll get so good at being single, so set in your ways that you’ll miss out on the chance to be with somebody great? Some people take baby steps to settle down. Some people refuse to settle at all. Sometimes, it’s not statistics. It’s just chemistry. And sometimes, just because it is over, doesn’t mean the love ends. The thing about being single is, you should cherish it. Because, in a week, or a lifetime, of being alone, you may only get one moment. One moment, when you’re not tied up in a relationship with anyone. A parent, a pet, a sibling, a friend. One moment, when you stand on your own. Really, truly single. And then… It’s gone.
Às vezes não é preciso muito para que um filme nos toque. Não precisa de ser uma obra prima, um dramalhão, um filme altamente filosófico e complexo. Às vezes são os filmes mais simples e despretenciosos que nos falam sobre a nossa verdade. E este, para mim, é um deles.