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Psico Coisas

Saúde Mental | Vida de Solteira | Filmes | Livros | Memes | Já disse saúde mental?

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24 de Fevereiro, 2020

Trabalhar na Academia #3

D.M.

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É saber, com apenas 1 mês de antecedência, que não me vão renovar a bolsa. Logo, no fim do mês de Março irei ficar sem trabalho. 

Sim, sou precária, não tenho um contrato de trabalho, mas sim uma bolsa que é renovada mensalmente e que faz de conta que é um salário e faz de conta que tenho um posto de trabalho. Só que não.

E agora parece que a vida me está a dar um empurrão para sair dali, que era coisa que eu já queria, mas que agora vai ter mesmo de ser. E um mês para fazer contas à vida. Para encontrar emprego. Vai ser difícil e duro, eu sei. Mas vai ter de ser.

Se alguém tiver dicas, aceitam-se.

Se alguém me quiser contratar, também aceito!  

18 de Fevereiro, 2020

Há dias assim

D.M.

Queridos ansiosos, deprimidos, desiludidos, desamados, confusos: estamos todos no mesmo barco.

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(comic da autoria de Gemma Correll)

 

Estas duas últimas semanas têm sido complicadas... Falta de energia, de motivação, de concentração para tudo.

Uma tese para acabar de corrigir, para poder entregar o mais depressa possível, deixar de pagar propinas e deixar este capítulo da minha vida para trás - mas e a vontade, cadê?

Um livro que comecei a ler, que estava a adorar, e a capacidade de concentração que se esfumou. Há dias nem conseguia fazer com que as letras se focassem. Os meus olhos estavam preguiçosos.

Ir à terapia e estar não sei quanto tempo a carregar no botão do 0 no elevador, e não perceber porque é que ele não subia até ao 4º andar. Parece que o meu cérebro anda em estado comatoso.

Ouvir a mesma música em repeat o dia todo, porque aquela soube bem da primeira vez, então não tenho cabeça para escolher outra qualquer.

Saber que tenho de ir tomar banho - mas e o esforço? É uma trabalheira ir para o banho, lavar o cabelo, o corpo, despir-me, vestir-me, secar o cabelo, pôr os cremes todos na cara... Que canseira.

Parece que tenho um elefante em cima da cabeça que me tolda o raciocínio, a compreensão, a paciência e a concentração. Não tem dado para muito, ultimamente, mas tenho de fingir que sim, né? Afinal tenho um trabalho, colegas, família e não consigo permitir que estas coisas vertam para o mundo deles. Porque sei que a resposta de que necessito não é a que vou ter.

Haja cabeça para, pelo menos, ter esse discernimento. De que não vou encontrar nos outros aquilo que preciso para mim mesma.

Estamos todos no mesmo barco. Rememos, ainda assim.

13 de Fevereiro, 2020

Dia de São Valentim Alternativo

D.M.

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O Dia dos Namorados pode ser um dia especial, para quem os tem, mas às vezes torna-se uma lembrança de algo que gostaríamos de ter, mas não temos. No entanto, em vez da típica auto-comiseração que podemos sentir nesse dia, ou de nos fecharmos em casa a ver documentários sobre serial-killers e a evitarmos tudo o que tem a ver com romance, acho que também pode ser um dia especial para nós, solteiros. Porque não celebrarmos o amor-próprio? Porque não celebrarmos o facto de que não nos contentamos com qualquer pessoa? O facto de estarmos livres, desimpedidos e prontos para amar? Ou, caso não estejamos prontos, celebrar o facto de estarmos cá todos, vivos da silva, para ver o que a vida nos tem para mostrar?

 

Para este Dia de São Valentim, que se celebra já amanhã, pretendo mostra-me isso mesmo. Levar-me a passear, a comer qualquer coisa especial, a desfrutar da minha companhia e a fazer coisas que gosto. Ir a uma livraria, fazer umas compras de itens de papelaria (ai, adoroooo!!), comer umas panquecas com chocolate, ler, continuar a ver as minhas séries... Ou, se isto tudo falhar, enrolar-me numa manta, no sofá, na companhia da detective Olivia Benson e companhia, da série Law and Order: SVU, que me costuma fazer companhia em alturas mais críticas. E chocolate. Muuuito chocolate!

 

E vocês, têm planos para o Dia dos Namorados? Sozinhos, ou com a vossa cara metade?

06 de Fevereiro, 2020

Quando as dicas nos parecem metas inalcançáveis

D.M.

As vezes com que já me deparei com artigos sobre como ultrapassar a ansiedade ou a depressão são imensos. Uns levados mais a sério, outros levados de forma mais leviana, mas são muitos. Andam por aí aos pontapés. O problema é a terminologia: ansiedade e depressão.

A ansiedade é um sentimento natural, normal e adequado em determinadas situações. Mas não venham dizer que se cura um transtorno de ansiedade com alimentação saudável (quando às vezes nem conseguimos comer), com exercício físico (quando levantarmo-nos para tomar banho parece um esforço hercúleo), e com 8 horas de sono por noite (dormir com ansiedade? o que é isso?!). Os sintomas podem melhorar? Podem. Mas não cura.

A mesma coisa para a depressão. A tristeza, a melancolia, são estados emocionais, mais uma vez, perfeitamente adequados quando passamos por algum momento mais problemático. Mas a depressão é não ter vontade de coisa nenhuma, quanto mais para sair e passear, ir ao café, ou ao cinema.

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A grande questão aqui é: quem sofre, de facto, com estas e outras maleitas de foro mental, ao ler estes artigos e perceber que não consegue ou não tem vontade de fazer metade das coisas que aconselham, acaba por se sentir diminuido e como se tivesse falhado na vida.  Além disso, aquilo que funciona para uns, pode não funcionar para outros e vice-versa. São assuntos mais complicados para serem resumidos a mudanças de hábitos alimentares ou de estilo de vida. Não estou a dizer que todos os artigos são assim, mas há muitos que resumem a "solução" para estes "problemas" desta forma. "10 dicas para superar a depressão" - como se houvesse uma receita na qual, seguindo os passos propostos, nos sai um bolo de felicidade fofinho e saboroso. Não é assim que as coisas funcionam. E acho que este tipo de coisas tem de ser considerado de forma mais séria, porque depressão e ansiedade não podem ser utilizados para tudo e mais um par de botas, não podem ser usados de forma leviana para significar coisas que não são, de facto, ansiedade e/ou depressão.

 

Pronto, isto foi mais um desabafo do que outra coisa. Porque estas coisas irritam-me. E, enquanto há artigos que são bons e dão, realmente, algumas dicas úteis e realistas de como ultrapassar algumas situações, há outros que são só reveladores da ignorância de quem os escreve. A melhor, que vejo quase sempre, é que para vencer a ansiedade deve-se dormir, pelo menos 8horas por noite. No shit, Sherlock! Mas se há coisa que, normalmente, não se consegue fazer quando se está num estado ansioso é.... DORMIR! E depois, para além da ansiedade que sentíamos anteriormente, ainda sentimos mais porque não estamos a conseguir dormir.

Outra de que gosto muito é, para vencer a depressão façam coisas que vos agradem e de que gostem. Amigos: a depressão não nos dá vontade de fazer nada. Nem de lavar os dentes, quanto mais o resto.

 

Acho que ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito ao entendimento destes e de outros tantos transtornos mentais. A solução passa pelo acompanhamento terapêutico, por vezes pela medicação, por adquirir competências que nos permitam perceber como lidar com todas estas questões. Não se resume aos aspectos aqui mencionados, como se quem não tomasse aquelas medidas não quisesse, de facto, melhorar. Dá a impressão de que a solução está ali tão perto, é só fazer aquelas coisas, é tão fácil...

 

E porque é que eu não consigo?! O que está errado comigo?!

 

Nada. Não há nada de errado contigo ou comigo.